segunda-feira, 17 de junho de 2013

Modelos neoclássicos keynesianos de demanda por moeda

Disciplina: Economia Monetária
Colocar dados catalográficos do livro.
Data do texto!!

Resumo do Capitulo 04 – Modelos neoclássicos keynesianos de demanda por moeda

            A demanda transacional por moeda depende da renda dos agentes econômicos – como exposto por J. M. Keynes – mas também da taxa de juros corrente. Este pensamento é a base da crítica feita pelo economista James Tobin (1918-2002) ao modelo keynesiano. Representante dos teóricos da “síntese neoclássica”, Tobin analisa a demanda especulativa por moeda (modelo de composição de carteiras) e também a demanda transacional (“abordagem Tobin/Baumol”), com o claro intuito de redefinir os motivos que levam os agentes econômicos a demandarem moeda.
Dos motivos elencados por Keynes de demanda por moeda, a demanda transacional é a que se refere ao uso da moeda como meio de pagamento, enquanto a demanda especulativa assume que a moeda também pode ser acumulada como riqueza (reserva de valor), como outros tantos ativos. Todavia, a moeda não rende ao seu possuidor nenhum retorno tangível. Fator que Keynes deu menor importância, ao considerar a moeda como instrumento de segurança a quem a possuísse. Isto levou Tobin a considerar falho o raciocínio do autor.
Para Keynes, há uma relação positiva entre o preço de mercado dos títulos financeiros e a taxa de juros. O que significa dizer que a demanda por títulos aumentará de acordo com a expectativa do investidor de elevação da taxa de juros, proporcionando-lhe maior rendimento. No entanto, consideram-se títulos como promessas de recebimento futuro, devendo-se levar em conta o valor desse ativo no decorrer do tempo. Tobin, por outro lado, mostrará que “quando a taxa de juros sobe, o valor de mercado do papel, seu preço de mercado, cai”; isto, com base em dois elementos: a taxa de juros a ser paga no período em que possui os títulos e o preço de revenda deste papel ao final do período. Dessa forma, quanto maior a taxa de juros, menor a necessidade de capital investido para a obtenção de um determinado valor ao final do período.
A explicação da demanda especulativa da moeda, realizada por Tobin, aponta que os investidores optam por reter moeda para comprar títulos a preços menores, sempre que a taxa de juros se elevarem. Daí, o autor formula o seu modelo de composição da carteira de ativos, que desconsidera a possibilidade de investidores se especializarem exclusivamente em apenas um dos ativos (moeda ou títulos), como transparecia o modelo keynesiano. Para uma economia que envolva riscos, é mais provável que os investidores diversifiquem sua carteira entre títulos e moedas.
O modelo de composição de carteira teve como suposto básico a existência de dois tipos de ativos disponíveis ao investidor: a moeda e os títulos, facultando-lhe uma infinidade de combinações; o investimento em títulos envolve riscos, mas algum retorno; já a moeda, nenhum; os indivíduos geram expectativas probabilísticas quanto ao rendimento de seus ativos ao fim do período, e assim buscarão otimizar uma função utilidade que combine sua “cesta” de investimentos com os maiores rendimentos e os menores riscos; estas combinações são denominadas curvas de oportunidade, correspondentes às possibilidades de cada um, que tangenciam as curvas de indiferença (preferências) no ponto de maximização dos interesses dos agentes econômicos.
Para explicar a demanda transacional da moeda, Tobin, juntamente com Baumol, alegou que tal demanda não era apenas uma função da renda, como fizera Keynes, mas também função da taxa de juros corrente. Basicamente, Tobin e Baumol ponderaram que o indivíduo ao buscar maximizar sua função utilidade, num dado período de tempo, deixará apenas uma parte de sua renda em suas mãos, para transação, preferindo por aplicar o restante em títulos (auferindo renda), uma vez que ele poderá vendê-los posteriormente para a efetuação de pagamentos correntes.
Os autores, especialmente Baumol, consideraram os fatores a evitar que todo o dinheiro fosse aplicado em títulos para serem posteriormente vendidos conforme a necessidade de dinheiro. Um indivíduo maximizador de sua utilidade manterá saldos monetários com o intuito de evadir-se dos custos oriundos do processo de compra e venda dos títulos e custos de oportunidade daí decorrentes. Assim, o quantum de moeda retida será uma função da receita dos títulos com o custo das aplicações nos mesmos. O indivíduo se comportará de forma a manter em mãos apenas o essencial para o cumprimento de suas obrigações, e, ao mesmo tempo buscará auferir ganhos resultantes de uma aplicação financeira. Isto prova que quanto maior a taxa de juros, menor a quantidade de dinheiro retida pelos agentes. E assim, fica posto que a demanda transacional por moeda seja também sensível às alterações da taxa de juros.
A teoria keynesiana de demanda por moeda também foi reformulada por autores como Stiglitz e Weiss, relacionando-a com a oferta e demanda por crédito, denominada teoria do racionamento de crédito. Partiram de um questionamento básico: Porque o crédito não funciona como um mercado competitivo comum? Simplesmente porque o mercado financeiro proporciona a assimetria de informação.
Um participante desse mercado não possui informações perfeitas a respeito de outro participante, o que o impossibilita de tomar decisões com maior grau de certeza. Esta situação afeta o comportamento individual de cada participante, gerando o que se chama de “risco moral”, ou mesmo, aumenta o grau de risco de um conjunto de tomadores de empréstimo (seleção adversa). Assim, o crédito pode ser reduzido ainda que haja pessoas dispostas a pagar o preço de mercado (juros) pelo mesmo.
Quanto à “seleção adversa”, compreende-se um funcionamento imperfeito do mercado de crédito em uma operação financeira, que encarece o preço dos empréstimos, antes do negócio ser realizado, pelo fato das agências financiadoras não poderem distinguir entre o bom e o mau pagador. Considerando-se que os bons pagadores normalmente optam por não pagarem juros mais altos, é de se esperar que os maus pagadores fatalmente sejam selecionados. Já o “risco moral”, é um problema que ocorre após a realização da transação. Tomadores de empréstimos optam por investirem em negócios mais arriscados, de maior retorno, a taxas de juros maiores, aumentando as possibilidades do financiamento não ser pago. À medida que os juros aumentarem, somente esse tipo de demandante irá executar seus projetos. Em ambos os casos, tem-se forçado o racionamento do crédito por parte dos emprestadores.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Planejamento Econômico na Bahia


Disciplina: Evolução da Economia Baiana
Prof. Antonio Andrade Leal
05 de outubro de 2010

QUESTÃO: TOMANDO O CONCEITO DE PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO, ANALISE SUA HISTÓRIA A NÍVEL NACIONAL, REGIONAL E EM NÍVEL DE BAHIA, ASSIM COMO SUAS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS NAS MUDANÇAS OPERADAS NO SEIO DA ECONOMIA BAIANA.

   O Estado é uma importante peça de funcionamento de uma economia moderna. A sua função no ambiente econômico, todavia, suscita muita discussão dentre as diversas escolas do pensamento econômico. A Escola Liberal, por exemplo, formada a partir das ideias do escocês Adam Smith, sugere a não intervenção estatal nas decisões de mercado. Esta, que constitui a primeira organização formal e bem estruturada da Ciência Econômica, era uma reação às práticas absolutistas do período mercantil, em que a nação era privilegiada em desfavor dos proprietários individuais. Os liberais defendiam, ao contrário, a livre-iniciativa individual.
   As proposições da Escola Liberal, no entanto, sugeriam uma harmonia econômica promovida pelo mercado, que não correspondia à realidade. Isto levou a muitos teóricos e, em especial, a Karl Marx, pensador alemão do século XIX, a denunciar o papel do Estado como mantenedor de uma ordem social injusta. Propunha-se a tomada do Estado e a socialização dos meios de produção. Pode-se registrar esta tentativa na experiência da União Soviética das Repúblicas Socialistas (URSS), cuja qual o estado detinha plenos poderes de planejar a sua economia. Não de outra maneira, esta prática costuma ser atribuída a ideias ditas socialistas.
   Embora as ideias socialistas não tenham sido aderidas por grande parcela do mundo capitalista, o ano de 1929 acusou, de forma prática e evidente, as limitações das teorias liberais e do mercado auto-regulado: quebra da bolsa de valores de New York, seguida da depressão econômica dos anos 1930. Diante deste quadro, a resposta teórica que obteve maior expressividade foi de ordem heterodoxa. O inglês John Maynard Keynes propôs a intervenção do estado em uma economia de mercado. Isto é, o estado deveria atuar como indutor do crescimento econômico, através do planejamento.
   Assim, ainda que outras correntes do pensamento econômico tenham surgido e discordado dessas ideias (p. ex.: o neoliberalismo), a noção de planejamento estatal, desde então, jamais deixou de fazer parte do mundo capitalista.
   No Brasil não foi diferente.
   Desde seus primeiros séculos de formação do território nacional até os anos 30 do século XX, a economia do país caracterizou-se pela ocorrência de ciclos econômicos em regiões diferentes do país, sem que houvesse nenhuma articulação entre um e outro. Em linhas gerais, tivemos o ciclo da cana-de-açúcar, da borracha, do ouro, do café, que foram expressivos para a economia brasileira.
   Todavia, quando afetado pela crise dos anos 1930 e diante da emergência de uma indústria ainda infante no país, aportado pelas novas ideias keynesianas, o governo brasileiro começou a atuar de forma mais nítida e significativa em sua economia. De suas ações, destaca-se a política de "substituição de importações", marcante do pensamento e política econômica brasileira.
   Tinha-se por objetivo dotar o país de uma indústria forte, capaz de produzir bens de capital e bens duráveis, tornando sua economia robusta e menos dependente das variações externas. São exemplos de planos econômicos brasileiros o SALTE, o Plano de Metas, o PAEG, os PNDs, dentre outros.
   Dessa forma, o Brasil logrou obter sua condição de país industrializado. Fenômeno que ocorreu, sobretudo, na Região Sudeste do país, mais particularmente, no estado de São Paulo. As políticas de industrialização do país foram, portanto, concentradoras.
   Tal situação condicionou o subdesenvolvimento da Região Nordeste, aliada a fatores climáticos (grande secas), culturais (coronelismo) e econômicos (desvantagens competitivas). O governo deveria, pois, elaborar propostas que revertessem, ou diminuíssem, esse quadro. Foram montadas comissões, presididas pela CEPAL, com o intuito de criar mecanismos de apoio ao desenvolvimento da região. Salienta-se a criação de instituições como o Banco do Nordeste e, em especial, a SUDENE que tinham como meta canalizar os esforços do Estado neste sentido.
   Era consenso que frente à industrialização e desenvolvimento do Sudeste, seria inviável o crescimento do Nordeste sem a atuação de órgãos interventores. Isto leva a questionar o intrigante caso do estado da Bahia. O Estado baiano reuniu em finais do século XIX uma indústria viçosa, ainda que nascente. Sua  história econômica acompanha à do país, qual seja de ciclos, do qual se destaca o ciclo do cacau. Mas, ainda que tenha reunidas estas condições, não logrou se desenvolver.
   Economistas como Dias Tavares, Pinto de Aguiar, Rômulo de Almeida, dentre outros, se prestaram a estudar o fenômeno, conhecido na literatura por "enigma baiano". Seus estudos tinham por móvel identificar as causas (que passam por ingerência do empresariado baiano, políticas como as cambiais, que beneficiavam o Sudeste etc.) e, principalmente, as possíveis soluções, que deveriam passar pelo processo de planejamento.
   A princípio o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) propunha para a Região e, por conseguinte, para a Bahia, um modelo parecido com o do Brasil, quando o Sudeste foi beneficiado. Isto é, executar uma política de substituição de importações, transformando a matriz produtiva, para produzir bens finais, independente do Sul do país.
   Porém, na Bahia o modelo adotado foi o sugerido pelo PLANDEB, que teve por meta tornar a indústria baiana em produtora de bens intermediários para serem comercializados com o Sul do país.
   A Bahia adotou um modelo que pode ser chamado de "desconcentração concentradora". Isto é, o estado pôde industrializar-se, alterando significativamente a composição de seu produto interno bruto, todavia, apenas em dois segmentos principais: a petroquímica e a metalúrgica.
  Do processo de planejamento econômico na Bahia surgiram a refinaria Landulfo Alves, o Polo Petroquímico de Camaçari, o Centro Industrial de Aratu e alguns distritos industriais no interior do estado. Daí se percebe a importante presença desta peça no crescimento econômico baiano.
   Atualmente, o ambiente é caracterizado pela inexistência de políticas bem definidas de Estado, deixando de atuar a peça do planejamento, e dando ensejo ao fenômeno da "guerra fiscal". Deste cenário denota-se, mais uma vez, que o Estado, na Bahia, é um dos grandes  responsáveis pelo processo de industrialização, ainda que por meio dos incentivos fiscais a influenciar na decisão de investimento do empresário capitalista.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Resumo de O Manifesto Para o Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels.


Disciplina: Economia Política I 
Semestre letivo: 2008.1
Professor: Alex de Sousa Silva


 A sociedade moderna estabeleceu-se sobre os moldes de uma relação central, a relação capital/trabalho. Reconhece-a pela existência de mercados como principal mediador das relações, pela propriedade privada dos meios de produção e pela existência de trabalhadores assalariados desprovidos de qualquer propriedade. A este conjunto, chamamos hoje de capitalismo. Os autores do Manifesto Comunista, ao elaborarem sua obra, em 1847, tinham estas relações como objeto de análise. Verificaram o grande contraste existente entre a sociedade em questão e todos os outros modelos de produção até então vigentes. Em contrapartida, verificaram que tão grandes forças produtivas traziam dentro de si uma contradição insuperável, a crescente acumulação de riquezas pela emergente classe burguesa – os proprietários dos meios de produção – e a pauperização da classe sem propriedade que, exploradas, vendiam sua força de trabalho, o proletariado. Portanto, analisam, é despótica e autodestrutiva a sociedade capitalista, e, faz-se necessário a ação da classe proletária para a destruição do sistema ao lugar da sociedade comunista. Nesta, a forma de propriedade burguesa seria eliminada juntamente com toda forma de dominação até então existentes entre os homens. Seria o fim do que chamam de luta de classes. Desta proposição, Marx e Engels definem o papel do proletariado na história como revolucionário e, apontam os comunistas como aqueles que se distinguem dentro da classe por travarem lutas de interesses comuns aos trabalhadores e, por existir com eles um projeto de sociedade que acompanha o movimento histórico em sua totalidade. Denunciam, ainda, as formas utópicas e reacionárias que foram concebidas o comunismo até então; e, após traçadas as principais ações necessárias à superação do capitalismo, conclamam aos trabalhadores: “proletários de todos os países, uni-vos!”.

Palavras-chave: Capital/trabalho. Capitalismo. Comunismo. Luta de classes. Classes sociais.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A EFICIÊNCIA MARGINAL DO CAPITAL



DISCIPLINA: TEORIA MACROECONÔMICA I
PERÍODO LETIVO: 2007.2
DISCENTES: Leonardo Rodrigues Porto; Marcelo Lima Santos; Diogo Meira Santos; Luiz Cláudio dos Santos Lima.


Definida por Keynes (1982, p.115) como “a taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de anuidades das rendas esperadas de [um] capital, durante toda a sua existência, exatamente igual ao seu preço de oferta”, a eficiência marginal do capital é a relação entre a expectativa de ganhos futuros dado o investimento em determinado bem de capital (“renda esperada do investimento”), com o custo de se produzir novas unidades do referido bem (“custo de reposição” ou “preço de oferta”).
O tema é abordado pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), em sua obra intitulada Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, no capítulo 11, livro IV. Este último, dedicado para a análise do incentivo ao investimento. Neste ensaio, busca-se compreender o raciocínio do autor, apresentando o seu conceito de eficiência marginal do capital e a influência na decisão de investir.
A eficiência marginal do capital surge do direito obtido por um investidor ao adquirir um determinado bem de capital. Espera-se, com isto, um fluxo de rendas futuras, com a venda de seus produtos, enquanto durar o capital, e depois de subtraída as despesas necessárias na confecção de tais produtos.
A renda esperada desses investimentos, disposta numa série de anuidades (Q1, Q2... Qr...), contrasta com o preço de oferta, isto é, o preço suficiente para induzir um empresário a produzir uma unidade suplementar desse capital. A relação entre a expectativa da renda que se espera obter com o bem de capital e o custo para se repor novas unidades deste referido bem será a eficiência marginal do capital. Ou ainda, “a taxa de lucros prevista para os novos investimentos” (BRESSER PEREIRA, 1973).
A eficiência marginal do capital, portanto, é uma expectativa da renda e do preço de oferta correntes do bem de capital. Não se baseia em valores históricos, numa análise retrospectiva da existência do bem. Isto é, o bem é analisado não por seu custo original, mas pelo custo atual de se repor uma nova unidade deste bem.
O autor salienta, ainda, a relação inversa entre o nível de investimento de certo bem de capital e a eficiência deste capital. A eficiência marginal de determinado tipo de capital diminui à medida que o investimento nesse tipo de capital aumenta, considerando certo período de tempo. Em suas palavras, “porque a renda prospectiva baixará conforme suba a oferta desse tipo de capital e, em parte, porque a pressão sobre as fábricas daquele dado tipo de capital causará, normalmente, uma elevação de seu preço de oferta.” (Keynes, 1982, p.116). No primeiro motivo, percebe-se a influência da lei dos rendimentos decrescentes, que influencia o curto prazo.
O investimento irá alternar até o ponto em que a curva de demanda por investimento (curva de eficiência marginal do capital) for igual à taxa de juros do mercado. Logo, o incentivo para investir é função tanto da taxa de juros quanto da curva de demanda por investimento, que dependerá da renda corrente e das expectativas de rendas futuras.
Estes elementos se evidenciam na expectativa de modificações no custo de produção, como resultado de mudanças no custo do trabalho (taxa de salários) e de inovação tecnológica.
Outro fator importante é a expectativa de redução do valor da moeda. Há um estímulo ao investimento, conseqüentemente, do emprego em geral. Isto, dado pela elevação da eficiência marginal do capital, ou seja, na escala de demanda por investimento. No contrário, verifica-se um efeito depressivo, pois, reduz-se a escala da eficiência marginal do capital.
Obviamente, que este estímulo é condicionado pela taxa de juros. Esta se elevando, traria um efeito neutralizador. Porém, uma queda nos preços atuará de modo inverso, significando que a produção resultante do equipamento, hoje, competirá durante sua existência, com produções futuras, em que se basta uma retribuição menor.
Importante ressaltar a dependência existente entre a eficiência marginal do capital e as variações na expectativa. Esta dependência sujeita a eficiência marginal do capital a certas flutuações violentas, que explicam os ciclos econômicos.
O volume do investimento também pode ser afetado por dois tipos de risco. O risco do empresário ou do tomador de empréstimos, que surge das dúvidas quanto à probabilidade de conseguir, efetivamente, o retorno que se espera. E, o risco do emprestador, que fornece a concessão de créditos, protegido por certa margem de garantia real ou pessoal de pagamento da dívida.

REFERÊNCIAS

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. A função investimento e a eficiência marginal do capital. Disponível em: http://www.bresserpereira.org.br/works/casos/73.Função
Investimento&EficienciaMarginalDoCapital.pdf. >Acessado em 17/06/2008.

KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Trad. Mário R. da Cruz. São Paulo, Atlas. 1982.

domingo, 21 de outubro de 2012

Debates históricos



           Em importante plenária, in off, pelo msn, entre o mais alto representante do reinado e um representante do povo, sobre questões triviais, bastante triviais...
 
 
O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE ROMA
 
Sindicalista diz:
Roeu porque a roupa não estava bem guardada. Em uma boa administração, estaria no lugar certo e o rei ainda a teria inteira.
Ministro-chefe diz:
Não há porque se esquentar, depois o rei dá chumbinho ao rato... E aí, como estás?
Sindicalista diz:
Mas a fiscalização vai pegar? Tem que pegar... Eu estou bem.
Sindicalista diz:
Chumbinho é proibido em nosso país e um rei não pode ser o primeiro a dar o mau exemplo.
Ministro-chefe diz:
Rei é rei.
Ministro-chefe diz:
Os demais são simples súditos.
Sindicalista diz:
Não é bem assim, não.
Sindicalista diz:
Um rei tem que fazer a vontade do povo, que é o verdadeiro soberano...
Ministro-chefe diz:
Ora, companheiro, e o povo quer ratos???
Ministro-chefe diz:
Nosso rei, que é um homem do povo, fez certo então...
Ministro-chefe diz:
Mesmo que por meios não tão populares,
Ministro-chefe diz:
Como dizia o velho e bom filósofo: os fins justificam os meios.
Sindicalista diz:
Meu caro Ministro, o senhor sabe bem que o povo desandará a comprar chumbinho no mercado informal. Como o governo poderá reclamar? Isto, sem falar nos que não vão obedecer a nenhuma regra, nem lei, seguindo o exemplo do rei, que não as respeita.
Ministro-chefe diz:
Companheiro, companheiro... Ele aumenta o imposto do chumbinho, para inibir o seu consumo; aplica multas por rato morto com este tipo de produto; e, em contrapartida, incentiva a criação de gatos em substituição ao veneno...
Sindicalista diz:
Se ele é contra o chumbinho... E vocês demonstram isso em seus discursos. Vai utilizá-lo porque, então?
Ministro-chefe diz:
Se vingar do rato danado!
Sindicalista diz:
Como? Ele pode usar, mas o resto da população não?
Ministro-chefe diz:
Podem, sim. Só não vão querer.
Ministro-chefe diz:
O imposto estará elevado.
Ministro-chefe diz:
   Gato baratinho, baratinho... E não é perigoso.
Sindicalista diz:
Sim, sim, mas este reinado não pensa no desequilíbrio ambiental que tanto gato pode causar no ecossistema?
Ministro-chefe diz:
CHURRASQUINHO DE GATO!
Ministro-chefe diz:
Uma delícia!
Sindicalista diz:
Ótimo esse governante! Agora quer mudar o hábito alimentar de toda a população porque o rato roeu a roupa dele. Isto, devido ao triste fato de não ter guardado direito a sua roupa.
Ministro-chefe diz:
O problema de vocês é não observar o conjunto, sabia?! O gesto do rei movimentou a economia de seu reino.
Ministro-chefe diz:
Comprou chumbinho, gerando demanda e, logo, renda.
Ministro-chefe diz:
Criou condições e aumentou os impostos deste produto...
Ministro-chefe diz:
Em seguida, vendeu gatos...
Ministro-chefe diz:
Consumiu carne felina...
Ministro-chefe diz:
etc e tal.
Ministro-chefe diz:
Observe os números. Tornou-se um país mais rico.
Sindicalista diz:
Carne felina acaso é saudável? Em longo prazo essa carne pode trazer sérios prejuízos à saúde de toda a população.
Ministro-chefe diz:
Isto só se tiver o gostinho dos ratos que eles comerem.
Ministro-chefe diz:
Ainda mais, gato tem sete vidas... Você como sete vezes.
Sindicalista diz:
Justamente, SETE VEZES MAIS CHANCES DE PASSAR MAL!
Ministro-chefe diz:
Ora, então coma o rato!
Sindicalista diz:
E, como eu posso ter certeza de quê o rato não comeu chumbinho?
Ministro-chefe diz:
Sinceramente, se você morrer, é que o rato comeu...
Sindicalista diz:
E quem se importa comigo, não é? Ou com o restante da população desfavorecida? O importante é matar o desgraçado do rato que roeu a roupa do imprudente rei.
Ministro-chefe diz:
Acho que você aprendeu...
Ministro-chefe diz:
(Risos)
Sindicalista diz:
O pior de tudo é que quem tem boca não vai mais querer ir a Roma, sabendo que estão morrendo por ela.
Ministro-chefe diz:
Coma os gatos!
Sindicalista diz:
Que comeram os ratos...
Sindicalista diz:
É a mesma coisa!
Sindicalista diz:
O chumbinho pode ser bioacumulado na cadeia alimentar.
Ministro-chefe diz:
Lá vem! Eu só trato de economia...
Ministro-chefe diz:
O meu princípio estava certo, meu caro...
Ministro-chefe diz:
Chama-se multiplicador keynesiano.
Ministro-chefe diz:
Gastos do governo aumentam a renda.
Ministro-chefe diz:
Mas, sempre vem vocês com esse discurso ecológico, querendo frear o nosso desenvolvimento.
Ministro-chefe diz:
Isso de bioacumulado é o quê? Jogo da mega sena?
Ministro-chefe diz:
Falávamos de saúde, companheiro.
Sindicalista diz:
Não, na verdade falávamos da falta dela.
Ministro-chefe diz:
Hum, talvez na falta de saúde pessoal... Mas, muita saúde em nossa emergente economia.
Ministro-chefe diz:
Algumas pessoas podem tranquilamente morrer, se as demais puderem enriquecer um pouco.
Sindicalista diz:
A que ponto chega este nosso sistema; dinheiro é sinônimo de saúde. Esse capitalismo “doentio”, operante em nosso país, que num simples roer de rato, move-se toda a economia e arrasa todo o ecossistema, para matar alguns e enriquecer uma minoria burguesa.
Ministro-chefe diz:
Não está gostando? Imagine se fosse com a roupa da rainha que o rato bulisse!
Ministro-chefe diz:
Vou dormir!!!!
Ministro-chefe diz:
Tchau, primo!
Ministro-chefe diz:
Vamos esperar uma revolução!
Ministro-chefe diz:
Abraço para o povo!
Sindicalista diz:
Para o povo daí também.
Sindicalista diz:
Boa noite!