DISCIPLINA:
TEORIA MACROECONÔMICA I
PERÍODO
LETIVO: 2007.2
DISCENTES:
Leonardo Rodrigues Porto; Marcelo Lima Santos; Diogo Meira Santos; Luiz Cláudio
dos Santos Lima.
Definida por Keynes (1982, p.115)
como “a taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de anuidades
das rendas esperadas de [um] capital, durante toda a sua existência, exatamente
igual ao seu preço de oferta”, a eficiência marginal do capital é a relação
entre a expectativa de ganhos futuros dado o investimento em determinado bem de
capital (“renda esperada do investimento”), com o custo de se produzir novas
unidades do referido bem (“custo de reposição” ou “preço de oferta”).
O tema é abordado pelo economista
inglês John Maynard Keynes (1883-1946), em sua obra intitulada Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda,
no capítulo 11, livro IV. Este último, dedicado para a análise do incentivo ao
investimento. Neste ensaio, busca-se compreender o raciocínio do autor,
apresentando o seu conceito de eficiência marginal do capital e a influência na
decisão de investir.
A eficiência
marginal do capital surge do direito obtido por um investidor ao adquirir um
determinado bem de capital. Espera-se, com isto, um fluxo de rendas futuras,
com a venda de seus produtos, enquanto durar o capital, e depois de subtraída
as despesas necessárias na confecção de tais produtos.
A renda esperada desses investimentos, disposta
numa série de anuidades (Q1, Q2... Qr...),
contrasta com o preço de oferta, isto é, o preço suficiente para induzir um
empresário a produzir uma unidade suplementar desse capital. A relação entre a
expectativa da renda que se espera obter com o bem de capital e o custo para se
repor novas unidades deste referido bem será a eficiência marginal do capital.
Ou ainda, “a taxa de lucros prevista para os novos investimentos” (BRESSER
PEREIRA, 1973).
A eficiência
marginal do capital, portanto, é uma expectativa da renda e do preço de oferta
correntes do bem de capital. Não se baseia em valores históricos, numa análise
retrospectiva da existência do bem. Isto é, o bem é analisado não por seu custo
original, mas pelo custo atual de se repor uma nova unidade deste bem.
O
autor salienta, ainda, a relação inversa entre o nível de investimento de certo
bem de capital e a eficiência deste capital. A eficiência marginal de
determinado tipo de capital diminui à medida que o investimento nesse tipo de
capital aumenta, considerando certo período de tempo. Em suas palavras, “porque
a renda prospectiva baixará conforme suba a oferta desse tipo de capital e, em
parte, porque a pressão sobre as fábricas daquele dado tipo de capital causará,
normalmente, uma elevação de seu preço de oferta.” (Keynes, 1982, p.116). No
primeiro motivo, percebe-se a influência da lei dos rendimentos decrescentes,
que influencia o curto prazo.
O
investimento irá alternar até o ponto em que a curva de demanda por
investimento (curva de eficiência marginal do capital) for igual à taxa de
juros do mercado. Logo, o incentivo para investir é função tanto da taxa de
juros quanto da curva de demanda por investimento, que dependerá da renda
corrente e das expectativas de rendas futuras.
Estes
elementos se evidenciam na expectativa de modificações no custo de produção,
como resultado de mudanças no custo do trabalho (taxa de salários) e de
inovação tecnológica.
Outro
fator importante é a expectativa de redução do valor da moeda. Há um estímulo
ao investimento, conseqüentemente, do emprego em geral. Isto, dado pela
elevação da eficiência marginal do capital, ou seja, na escala de demanda por
investimento. No contrário, verifica-se um efeito depressivo, pois, reduz-se a
escala da eficiência marginal do capital.
Obviamente,
que este estímulo é condicionado pela taxa de juros. Esta se elevando, traria
um efeito neutralizador. Porém, uma queda nos preços atuará de modo inverso,
significando que a produção resultante do equipamento, hoje, competirá durante
sua existência, com produções futuras, em que se basta uma retribuição menor.
Importante
ressaltar a dependência existente entre a eficiência marginal do capital e as
variações na expectativa. Esta dependência sujeita a eficiência marginal do
capital a certas flutuações violentas, que explicam os ciclos econômicos.
O
volume do investimento também pode ser afetado por dois tipos de risco. O
risco do empresário ou do tomador de empréstimos, que surge das dúvidas quanto à probabilidade de conseguir, efetivamente, o retorno que se
espera. E, o risco do emprestador, que fornece a concessão de créditos,
protegido por certa margem de garantia real ou pessoal de pagamento da dívida.
REFERÊNCIAS
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. A função investimento e a eficiência
marginal do capital. Disponível
em: http://www.bresserpereira.org.br/works/casos/73.Função
Investimento&EficienciaMarginalDoCapital.pdf.
>Acessado em 17/06/2008.
KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da
moeda. Trad. Mário R. da Cruz.
São Paulo, Atlas. 1982.
Muito bom!
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirEsclareceu perfeitamente.
gostei da explicação. obrigado..
ResponderExcluirTudo isso só faz sentido se a Lei de Say não fizer sentido, certo?
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