domingo, 9 de dezembro de 2012

Resumo de O Manifesto Para o Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels.


Disciplina: Economia Política I 
Semestre letivo: 2008.1
Professor: Alex de Sousa Silva


 A sociedade moderna estabeleceu-se sobre os moldes de uma relação central, a relação capital/trabalho. Reconhece-a pela existência de mercados como principal mediador das relações, pela propriedade privada dos meios de produção e pela existência de trabalhadores assalariados desprovidos de qualquer propriedade. A este conjunto, chamamos hoje de capitalismo. Os autores do Manifesto Comunista, ao elaborarem sua obra, em 1847, tinham estas relações como objeto de análise. Verificaram o grande contraste existente entre a sociedade em questão e todos os outros modelos de produção até então vigentes. Em contrapartida, verificaram que tão grandes forças produtivas traziam dentro de si uma contradição insuperável, a crescente acumulação de riquezas pela emergente classe burguesa – os proprietários dos meios de produção – e a pauperização da classe sem propriedade que, exploradas, vendiam sua força de trabalho, o proletariado. Portanto, analisam, é despótica e autodestrutiva a sociedade capitalista, e, faz-se necessário a ação da classe proletária para a destruição do sistema ao lugar da sociedade comunista. Nesta, a forma de propriedade burguesa seria eliminada juntamente com toda forma de dominação até então existentes entre os homens. Seria o fim do que chamam de luta de classes. Desta proposição, Marx e Engels definem o papel do proletariado na história como revolucionário e, apontam os comunistas como aqueles que se distinguem dentro da classe por travarem lutas de interesses comuns aos trabalhadores e, por existir com eles um projeto de sociedade que acompanha o movimento histórico em sua totalidade. Denunciam, ainda, as formas utópicas e reacionárias que foram concebidas o comunismo até então; e, após traçadas as principais ações necessárias à superação do capitalismo, conclamam aos trabalhadores: “proletários de todos os países, uni-vos!”.

Palavras-chave: Capital/trabalho. Capitalismo. Comunismo. Luta de classes. Classes sociais.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A EFICIÊNCIA MARGINAL DO CAPITAL



DISCIPLINA: TEORIA MACROECONÔMICA I
PERÍODO LETIVO: 2007.2
DISCENTES: Leonardo Rodrigues Porto; Marcelo Lima Santos; Diogo Meira Santos; Luiz Cláudio dos Santos Lima.


Definida por Keynes (1982, p.115) como “a taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de anuidades das rendas esperadas de [um] capital, durante toda a sua existência, exatamente igual ao seu preço de oferta”, a eficiência marginal do capital é a relação entre a expectativa de ganhos futuros dado o investimento em determinado bem de capital (“renda esperada do investimento”), com o custo de se produzir novas unidades do referido bem (“custo de reposição” ou “preço de oferta”).
O tema é abordado pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), em sua obra intitulada Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, no capítulo 11, livro IV. Este último, dedicado para a análise do incentivo ao investimento. Neste ensaio, busca-se compreender o raciocínio do autor, apresentando o seu conceito de eficiência marginal do capital e a influência na decisão de investir.
A eficiência marginal do capital surge do direito obtido por um investidor ao adquirir um determinado bem de capital. Espera-se, com isto, um fluxo de rendas futuras, com a venda de seus produtos, enquanto durar o capital, e depois de subtraída as despesas necessárias na confecção de tais produtos.
A renda esperada desses investimentos, disposta numa série de anuidades (Q1, Q2... Qr...), contrasta com o preço de oferta, isto é, o preço suficiente para induzir um empresário a produzir uma unidade suplementar desse capital. A relação entre a expectativa da renda que se espera obter com o bem de capital e o custo para se repor novas unidades deste referido bem será a eficiência marginal do capital. Ou ainda, “a taxa de lucros prevista para os novos investimentos” (BRESSER PEREIRA, 1973).
A eficiência marginal do capital, portanto, é uma expectativa da renda e do preço de oferta correntes do bem de capital. Não se baseia em valores históricos, numa análise retrospectiva da existência do bem. Isto é, o bem é analisado não por seu custo original, mas pelo custo atual de se repor uma nova unidade deste bem.
O autor salienta, ainda, a relação inversa entre o nível de investimento de certo bem de capital e a eficiência deste capital. A eficiência marginal de determinado tipo de capital diminui à medida que o investimento nesse tipo de capital aumenta, considerando certo período de tempo. Em suas palavras, “porque a renda prospectiva baixará conforme suba a oferta desse tipo de capital e, em parte, porque a pressão sobre as fábricas daquele dado tipo de capital causará, normalmente, uma elevação de seu preço de oferta.” (Keynes, 1982, p.116). No primeiro motivo, percebe-se a influência da lei dos rendimentos decrescentes, que influencia o curto prazo.
O investimento irá alternar até o ponto em que a curva de demanda por investimento (curva de eficiência marginal do capital) for igual à taxa de juros do mercado. Logo, o incentivo para investir é função tanto da taxa de juros quanto da curva de demanda por investimento, que dependerá da renda corrente e das expectativas de rendas futuras.
Estes elementos se evidenciam na expectativa de modificações no custo de produção, como resultado de mudanças no custo do trabalho (taxa de salários) e de inovação tecnológica.
Outro fator importante é a expectativa de redução do valor da moeda. Há um estímulo ao investimento, conseqüentemente, do emprego em geral. Isto, dado pela elevação da eficiência marginal do capital, ou seja, na escala de demanda por investimento. No contrário, verifica-se um efeito depressivo, pois, reduz-se a escala da eficiência marginal do capital.
Obviamente, que este estímulo é condicionado pela taxa de juros. Esta se elevando, traria um efeito neutralizador. Porém, uma queda nos preços atuará de modo inverso, significando que a produção resultante do equipamento, hoje, competirá durante sua existência, com produções futuras, em que se basta uma retribuição menor.
Importante ressaltar a dependência existente entre a eficiência marginal do capital e as variações na expectativa. Esta dependência sujeita a eficiência marginal do capital a certas flutuações violentas, que explicam os ciclos econômicos.
O volume do investimento também pode ser afetado por dois tipos de risco. O risco do empresário ou do tomador de empréstimos, que surge das dúvidas quanto à probabilidade de conseguir, efetivamente, o retorno que se espera. E, o risco do emprestador, que fornece a concessão de créditos, protegido por certa margem de garantia real ou pessoal de pagamento da dívida.

REFERÊNCIAS

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. A função investimento e a eficiência marginal do capital. Disponível em: http://www.bresserpereira.org.br/works/casos/73.Função
Investimento&EficienciaMarginalDoCapital.pdf. >Acessado em 17/06/2008.

KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Trad. Mário R. da Cruz. São Paulo, Atlas. 1982.

domingo, 21 de outubro de 2012

Debates históricos



           Em importante plenária, in off, pelo msn, entre o mais alto representante do reinado e um representante do povo, sobre questões triviais, bastante triviais...
 
 
O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE ROMA
 
Sindicalista diz:
Roeu porque a roupa não estava bem guardada. Em uma boa administração, estaria no lugar certo e o rei ainda a teria inteira.
Ministro-chefe diz:
Não há porque se esquentar, depois o rei dá chumbinho ao rato... E aí, como estás?
Sindicalista diz:
Mas a fiscalização vai pegar? Tem que pegar... Eu estou bem.
Sindicalista diz:
Chumbinho é proibido em nosso país e um rei não pode ser o primeiro a dar o mau exemplo.
Ministro-chefe diz:
Rei é rei.
Ministro-chefe diz:
Os demais são simples súditos.
Sindicalista diz:
Não é bem assim, não.
Sindicalista diz:
Um rei tem que fazer a vontade do povo, que é o verdadeiro soberano...
Ministro-chefe diz:
Ora, companheiro, e o povo quer ratos???
Ministro-chefe diz:
Nosso rei, que é um homem do povo, fez certo então...
Ministro-chefe diz:
Mesmo que por meios não tão populares,
Ministro-chefe diz:
Como dizia o velho e bom filósofo: os fins justificam os meios.
Sindicalista diz:
Meu caro Ministro, o senhor sabe bem que o povo desandará a comprar chumbinho no mercado informal. Como o governo poderá reclamar? Isto, sem falar nos que não vão obedecer a nenhuma regra, nem lei, seguindo o exemplo do rei, que não as respeita.
Ministro-chefe diz:
Companheiro, companheiro... Ele aumenta o imposto do chumbinho, para inibir o seu consumo; aplica multas por rato morto com este tipo de produto; e, em contrapartida, incentiva a criação de gatos em substituição ao veneno...
Sindicalista diz:
Se ele é contra o chumbinho... E vocês demonstram isso em seus discursos. Vai utilizá-lo porque, então?
Ministro-chefe diz:
Se vingar do rato danado!
Sindicalista diz:
Como? Ele pode usar, mas o resto da população não?
Ministro-chefe diz:
Podem, sim. Só não vão querer.
Ministro-chefe diz:
O imposto estará elevado.
Ministro-chefe diz:
   Gato baratinho, baratinho... E não é perigoso.
Sindicalista diz:
Sim, sim, mas este reinado não pensa no desequilíbrio ambiental que tanto gato pode causar no ecossistema?
Ministro-chefe diz:
CHURRASQUINHO DE GATO!
Ministro-chefe diz:
Uma delícia!
Sindicalista diz:
Ótimo esse governante! Agora quer mudar o hábito alimentar de toda a população porque o rato roeu a roupa dele. Isto, devido ao triste fato de não ter guardado direito a sua roupa.
Ministro-chefe diz:
O problema de vocês é não observar o conjunto, sabia?! O gesto do rei movimentou a economia de seu reino.
Ministro-chefe diz:
Comprou chumbinho, gerando demanda e, logo, renda.
Ministro-chefe diz:
Criou condições e aumentou os impostos deste produto...
Ministro-chefe diz:
Em seguida, vendeu gatos...
Ministro-chefe diz:
Consumiu carne felina...
Ministro-chefe diz:
etc e tal.
Ministro-chefe diz:
Observe os números. Tornou-se um país mais rico.
Sindicalista diz:
Carne felina acaso é saudável? Em longo prazo essa carne pode trazer sérios prejuízos à saúde de toda a população.
Ministro-chefe diz:
Isto só se tiver o gostinho dos ratos que eles comerem.
Ministro-chefe diz:
Ainda mais, gato tem sete vidas... Você como sete vezes.
Sindicalista diz:
Justamente, SETE VEZES MAIS CHANCES DE PASSAR MAL!
Ministro-chefe diz:
Ora, então coma o rato!
Sindicalista diz:
E, como eu posso ter certeza de quê o rato não comeu chumbinho?
Ministro-chefe diz:
Sinceramente, se você morrer, é que o rato comeu...
Sindicalista diz:
E quem se importa comigo, não é? Ou com o restante da população desfavorecida? O importante é matar o desgraçado do rato que roeu a roupa do imprudente rei.
Ministro-chefe diz:
Acho que você aprendeu...
Ministro-chefe diz:
(Risos)
Sindicalista diz:
O pior de tudo é que quem tem boca não vai mais querer ir a Roma, sabendo que estão morrendo por ela.
Ministro-chefe diz:
Coma os gatos!
Sindicalista diz:
Que comeram os ratos...
Sindicalista diz:
É a mesma coisa!
Sindicalista diz:
O chumbinho pode ser bioacumulado na cadeia alimentar.
Ministro-chefe diz:
Lá vem! Eu só trato de economia...
Ministro-chefe diz:
O meu princípio estava certo, meu caro...
Ministro-chefe diz:
Chama-se multiplicador keynesiano.
Ministro-chefe diz:
Gastos do governo aumentam a renda.
Ministro-chefe diz:
Mas, sempre vem vocês com esse discurso ecológico, querendo frear o nosso desenvolvimento.
Ministro-chefe diz:
Isso de bioacumulado é o quê? Jogo da mega sena?
Ministro-chefe diz:
Falávamos de saúde, companheiro.
Sindicalista diz:
Não, na verdade falávamos da falta dela.
Ministro-chefe diz:
Hum, talvez na falta de saúde pessoal... Mas, muita saúde em nossa emergente economia.
Ministro-chefe diz:
Algumas pessoas podem tranquilamente morrer, se as demais puderem enriquecer um pouco.
Sindicalista diz:
A que ponto chega este nosso sistema; dinheiro é sinônimo de saúde. Esse capitalismo “doentio”, operante em nosso país, que num simples roer de rato, move-se toda a economia e arrasa todo o ecossistema, para matar alguns e enriquecer uma minoria burguesa.
Ministro-chefe diz:
Não está gostando? Imagine se fosse com a roupa da rainha que o rato bulisse!
Ministro-chefe diz:
Vou dormir!!!!
Ministro-chefe diz:
Tchau, primo!
Ministro-chefe diz:
Vamos esperar uma revolução!
Ministro-chefe diz:
Abraço para o povo!
Sindicalista diz:
Para o povo daí também.
Sindicalista diz:
Boa noite!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CONFIGURAÇÃO DA REDE URBANA NO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA: ANÁLISE A PARTIR DA CENTRALIDADE DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA (BA)

Texto aprovado para apresentação de painéis no II Simpósio de Cidades médias e pequenas da Bahia, que ocorreu entre 31/10 a 02/11/2011. A pesquisa monográfica ainda estava em seu início, antes de adentrar à discussão da acumulação do capital.
Segue o link dos anais do evento: http://www.uesb.br/eventos/simposio_cidades/?pagina=anais-resumos

AUTORES

Leonardo Rodrigues Porto
Graduando em Ciências Econômicas/UESB
Orient.: Prof. Dr. Gildásio Santana Jr.
Professor Adjunto/UESB



INTRODUÇÃO
 
Segundo Lopes (1987, p. 218), em referência à Teoria dos Lugares Centrais, os lugares se organizam em centros, conforme a função desempenhada e se diferenciam de acordo com o tipo de funções executadas. Já autores como Ferreira (2008) e Porto (2003) afirmam que através dessas relações hierárquicas, forma-se uma rede de cidades, compreendida através do tipo de fluxo socioeconômico a qual elas estão submetidas.

Assim, o objetivo da pesquisa em andamento é identificar os elementos que qualificam uma rede hierarquizada de cidades, dentro do Território de Identidade de Vitória da Conquista (TIVC), na Bahia. O TIVC possui abrangência de 24 municípios, situados no semiárido baiano, onde se espera revelar a centralidade exercida pela cidade de Vitória da Conquista.

METODOLOGIA
 
Serão utilizadas as notas metodológicas sugeridas pela pesquisa intitulada Região de Influência das Cidades (REGIC), realizada pelo IBGE, em que se apresentam a classificação dos centros urbanos, com base na definição dos centros de gestão do território e da área de influência (IBGE, 2008).

A REGIC é uma pesquisa de âmbito nacional, cujo banco de dados permite o estudo com um recorte espacial menor. Sua análise centra-se na subordinação administrativa dos órgãos federais e localização das empresas para a definição dos centros da rede urbana, caracterizando os fixos espaciais. E uma vez definidos estes, busca-se delinear a região de influência com base nos fluxos, que formam as ligações entre as cidades, através da origem e destino das pessoas e dos bens e serviços gerados.

RESULTADOS
 
Com relação ao TIVC, a REGIC indica que Vitória da Conquista exerce influência sobre as demais cidades, pois concentra 44% da população do TIVC, e detém 65% do PIB gerado internamente, em 2008. Também situam-se as principais agências bancárias, sendo 06 de âmbito federal e 06 privados, para o ano de 2007, e ofertavam-se 22 cursos de graduação, em 2004, concentrando a quase totalidade das matrículas, para este nível de ensino. Além disto, Vitória da Conquista exerce centralidade para os setores do comércio e de serviços, especialmente o de saúde (IBGE, 2008). Em 2010, o TIVC contava com 5,2% da população do estado, e respondia, em 2008, por 3,33% do PIB estadual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
A forma como a circulação das riquezas se dá no território está sujeita a uma série de determinações. Percebe-se que a estrutura econômica, social, política e geográfica da região dão a cidade de Vitória da Conquista a primazia da recepção dos fluxos dos recursos gerados no território. O TIVC parece reproduzir, em escala diferenciada, os desequilíbrios existentes em escala nacional e estadual, revelando um crescimento econômico espacialmente concentrado.
 
REFERÊNCIAS
 
FERREIRA, Sandra Cristina. Urbanização e rede urbana brasileira: orientação teórica e metodológica preliminar. In: SIMPGEO - UNESP, Rio Claro-SP, 2008. Anais... Disponível em: . Acesso em: 17 dez. 2010

IBGE. Regiões de influência das cidades: 2007. IBGE, 2008. 201p. Disponível em: Acesso em: 12 jul. 2011

LOPES, António Simões. Desenvolvimento regional. Coimbra, Portugal. Fundação Gulbenkian, 1987. 406p.

PORTO, Edgard. Desenvolvimento e Território na Bahia. Salvador, SEI/BA, 2003. (Série Estudos e Pesquisas)